quarta-feira, 31 de outubro de 2012

formas de manipulaçao e coesão utilizados durante a ditadura no brasil




Ditaduras do Brasil


As ditaduras e regimes ditatoriais no Brasil foram muitos, porém se destacam duas ditaduras. Primeiro, instaurada a ditadura pela revolução de 1930, sob Getúlio Vargas, com dois períodos: no primeiro, até 1937, quando Vargas admitiu algumas formalidades democráticas; no segundo, Vargas deu um golpe institucional e caiu em 1945, quando foram convocadas eleições livres.Houve diversas tentativas de golpes militares contra Juscelino Kubitschek em 1955 e do vice-presidente João Goulart em 1961. A pressão internacional anticomunista liderada e financiada pelos Estados Unidos criou o IPES, que levou ao movimento que derrubou Goulart, a Operação Brother Sam, que garantiu a segurança da execução do golpe de 1964. Nesta ditadura houve repressão policial, expulsões do país, estabelecimento de legislação autoritária e supressão dos direitos civis, uso da máquina estatal em favor da propaganda política, manipulação da opinião pública através de institutos de propaganda governamental, censura, torturas, assassinatos de líderes opositores, revogação da constituição, intitucionalização do poder, endividamento externo do país, construção de grandes obras com licitações forçadas para grupos de grandes empreiteiros que financiaram o golpe. Do outro lado houve terrorismo de opositores ao governo militar com seqüestros, assaltos violentos, guerrilha urbana e nos sertões, patrulhamento ideológico, torturas e justiçamentos (linchamentos seguidos de morte).


Censura: a informação é manipulada não apenas tendo em vista omitir factos relevantes, mas também deformar o conteúdo da informação veiculada de modo a que a mesma se ajuste às ideias dos censores. Em Portugal a censura foi um dos instrumentos mais utilizados pela ditadura  (1926-1974) para a manipulação da opinião pública: a informação que era autorizada era previamente mutilada. A restante era simplesmente proibida. 



propaganda :a informação é forjada de forma provocar a uma adesão imediata a certos estímulos, explorando para tal as emoções ou os medos das pessoas. Durante a 1ª. Guerra Mundial (1914-1945), as técnicas de propaganda aos serviços dos Estados tornaram-se enormes máquinas de mobilização de massa, dotadas de enormes recursos técnicos, que foram depois eficazmente aplicados e desenvolvidos pelos diferente regimes totalitários.   


A Tortura




A tortura do regime militar instalou-se no Brasil desde o primeiro dia que foi dado o golpe, em 1 de abril de 1964. A primeira vítima de tortura foi o líder camponês e comunista Gregório Bezerra. No dia do golpe, o coronel Vilocq amarrou Gregório Bezerra com cordas, ordenando que soldados o arrastasse pelas ruas de Recife, humilhando-o com vitupérios verbais, espancando-o com uma vareta de ferro. O coronel incitava o povo para ver o “enforcamento do comunista”. Diante do horror, religiosos telefonaram para o general Justino Alves Bastos, que pressionado, impediu um martírio. Gregório Bezerra levou coronhadas pelo corpo, além de ter os pés queimados com soda cáustica. No dia do golpe, Recife foi um dos lugares que mais sofreu atrocidades dos golpistas, tendo civis agredidos e mortos em passeatas que protestavam a favor da democracia.
Um mês depois do golpe, presos políticos eram conduzidos para o navio Raul Soares, rebocado do Rio de Janeiro até o estuário de Santos, litoral paulista. A prisão flutuante era dividida em três calabouços, batizados com nomes de boates famosas da época: El Moroco, salão metálico, sem ventilação, ao lado da caldeira, ali os prisioneiros eram expostos a uma temperatura que passava dos 50 graus; Night in Day, uma pequena sala onde os presos ficavam com água gelada pelos joelhos; Casablanca, lugar que se despejava as fezes do navio. Os três calabouços eram usados para quebrar a resistência dos presos. Sindicalistas e políticos da Baixada Santista passaram pela prisão flutuante do Raul Soares, que foi desativada no dia 23 de outubro de 1964.
Mesmo diante de tantas evidências, o governo militar jamais admitiu que havia tortura no Brasil, o presidente Castelo Branco chegou a negar publicamente a existência de truculência em seu governo. Mas contrariamente às palavras do presidente, no dia 24 de agosto de 1966, foi encontrado boiando no rio Jacuí, afluente do rio Guaíba, em Porto Alegre, o corpo do sargento Manoel Raimundo Soares, já em estado de putrefação, com as mãos amarradas para trás. O sargento fazia parte dos militares expurgados do exército por causa do seu envolvimento com a militância política no governo João Goulart. O seu corpo trazia marcas de tortura, causando grande comoção e revolta da população na época. Este foi o primeiro caso de tortura e morte que causou grande repercussão, ficando conhecido popularmente como o “caso das mãos atadas”. Os militares prometeram investigar as circunstâncias da morte do sargento e punir culpados, mas arquivaram o caso e jamais tiveram o trabalho de investigá-lo.

Os Métodos de Tortura nos Porões Militares

Quanto mais tempo durava o regime militar, mais pessoas faziam oposição às atrocidades por ele cometidas. Estudantes, padres, intelectuais e vários setores da sociedade passaram a contestar o regime. Aumentava a contestação, a resposta era a intensificação da tortura, conseqüentemente, a sofisticação dos métodos ocasionava um grande número de mortos.
Métodos científicos de tortura foram desenvolvidos. Monstros torturadores escreveriam o seu nome em letras gigantes nas páginas pungentes da história do Brasil. Nomes como o de Sérgio Fleury, uma espécie de Torqueimada da ditadura militar. Fleury levou a tortura para as celas do DOPS de São Paulo, situado na Luz, no prédio que é hoje a Pinacoteca do Estado. Outro lugar de tortura em São Paulo era o DOI-CODI do Paraíso, conhecido como a Casa da Vovó. Os prisioneiros chegavam às mãos de Fleury e dos seus homens já espancados e feridos, sangrando e muitos vezes, já agonizantes. Ali eram pendurados no pau-de-arara, recebendo descargas elétricas. Furadeiras elétricas eram usadas para perfurar corpos, navalhas rasgavam a carne, cigarros queimavam órgãos genitais, mulheres sofriam abusos sexuais. Socos, pontapés, afogamentos, eram complementos às torturas, que ficavam cada vez mais elaboradas.
Os métodos de tortura engendrados recebiam diversos nomes simbólicos, entre eles, os mais comuns registrados e confirmados por aqueles que os sofreu, são:

Pau-de-Arara – O preso era posto nu, abraçando os joelhos e com os pés e as mãos amarradas. Uma barra de ferro era atravessada entre os punhos e os joelhos. Nesta posição a vítima era pendurada entre dois cavaletes, ficando a alguns centímetros do chão. A posição causava dores e atrozes no corpo. O preso ainda sofria choques elétricos, pancadas e queimaduras com cigarro. Este método de tortura já existia na época da escravidão, sendo utilizado em várias fases 
sombrias da história do Brasil.


Cadeira do Dragão – Os presos eram sentados nus em uma cadeira elétrica, revestida de zinco, ligada a terminais elétricos. Uma vez ligado, o zinco do aparelho transmitia choques a todo o corpo do supliciado. Os torturadores complementavam o mecanismo sinistro enfiando um balde de metal na cabeça da vítima, aplicando-lhe choques mais intensos.


Choques Elétricos – O torturador usava um magneto de telefone, acionado por uma manivela, conforme a velocidade imprimida, a descarga elétrica podia ser de maior ou menor intensidade. Os choques elétricos eram deferidos na cabeça, nos membros superiores e inferiores e nos órgãos genitais, causando queimaduras e convulsões, fazendo muitas vezes, o preso morder a própria língua. As máquinas usadas nesse método de tortura eram chamadas de “maricota” ou “pimentinha”.


Balé no Pedregulho – O preso era posto nu e descalço em local com temperatura abaixo de zero, sob um chuveiro gelado, tendo no piso pedregulhos com pontas agudas, que perfuravam os pés da vítima. A tendência do torturado era pular sobre os pedregulhos, como se dançasse, tentando aliviar a dor. Quando ele “bailava”, os torturadores usavam da palmatória para ferir as partes mais sensíveis do seu corpo.


Telefone – Entre as várias formas de agressões que eram usadas, uma das mais cruéis era o vulgarmente conhecido como “telefone”. Com as duas mãos em posição côncava, o torturador, a um só tempo, aplicava um golpe violento nos ouvidos da vítima. O impacto era tão violento, que rompia os tímpanos do torturado, fazendo-o perder a audição.


Afogamento na Calda da Verdade – A cabeça do torturado era mergulhada em um tambor, balde ou tanque cheio de água, urina, fezes e outros detritos. A nuca do preso era forçada para baixo, até o limite do afogamento na “calda da verdade”. Após o mergulho, a vítima ficava sem tomar banho vários dias, até que o seu cheiro ficasse insuportável. O método consistia em destruir toda a auto-estima do torturado.


Afogamento com Capuz – A cabeça do preso era encapuzada e afundada em córregos ou tambores de águas paradas e apodrecidas. O prisioneiro ao tentar respirar, tinha o capuz molhado a introduzir-se nas suas narinas, levando-o a perder o fôlego, produzindo um terrível mal-estar. Outra forma de afogamento consistia nos torturadores fecharem as narinas do preso, pondo-lhe, ao mesmo tempo, uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca, obrigando-o a engolir água.

Mamadeira de Subversivo – Era introduzido na boca do preso um gargalo de garrafa, cheia de urina quente, normalmente quando o preso estava pendurado no pau-de-arara. Usando uma estopa, os torturadores comprimiam a boca do preso, obrigando-o a engolir a urina.


Soro da Verdade – Era injetado no preso pentotal sódico, uma droga que produz sonolência e reduz as inibições. Sob os efeitos do “soro da verdade”, o preso contava coisas que sóbrio não falaria. De efeito duvidoso, a droga pode matar.


Massagem – O preso era encapuzado e algemado, o torturador fazia-lhe uma violenta massagem nos nervos mais sensíveis do corpo, deixando-o totalmente paralisado por alguns minutos. Violentas dores levavam o preso ao desespero.


Geladeira – O preso era posto nu em cela pequena e baixa, sendo impedidos de ficar de pé. Os torturadores alternavam o sistema de refrigeração, que ia do frio extremo ao calor exacerbado, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. A tortura na “geladeira” prolongava-se por vários dias, ficando ali o preso sem água ou comida.
As mulheres, além de sofrer as mesmas torturas, eram estupradas e submetidas a realizar as fantasias sexuais dos torturadores. Poucos relatos apontaram para os estupros em homens, se houveram, muitos por vergonha, esconderam esta terrível verdade.

O Que Fazer aos Corpos dos Mortos Pela Tortura

Para que se desenvolvessem métodos tão sofisticados de tortura, praticados com grandes requintes, era preciso que o governo militar desenvolvesse a propaganda do culpado, cada torturado era culpado, era o temível comunista que assaltava bancos, o terrorista que comia criancinhas, que ameaçava a família, assim, era criado o preconceito contra os torturados, que eram culpados e merecedores de todos os suplícios que se lhe eram impostos em uma sala de tortura.
Os recrutados para exercer a tortura eram indivíduos que recebiam favorecimentos dos seus superiores, gratificações e reconhecimento de heróis, pois ajudavam a livrar o país dos terroristas comunistas. Eram pessoas intimamente agressivas, com desvio de personalidade, que legitimadas em seus atos sem limites, tornavam-se incapazes de ter sentimentos por quem torturava.
Se por um lado a tortura coibia, causava medo e terror em quem se deixara apanhar e, principalmente, em quem ainda estava livre, militando na clandestinidade, por outro lado ela causava um grande problema, como esconder os torturados mortos. O que fazer com os corpos, uma vez que o regime militar negava veementemente a existência da tortura nos seus calabouços?
Para resolver o problema dos torturados mortos, médicos legistas passaram a fornecer laudos falsos, que escondiam as marcas da tortura, justificando a morte da vítima como sendo de causas naturais. Muitos dos mortos pela repressão tinham no laudo médico o suicídio como a causa mais comum, vários foram os “suicidas” da ditadura. Outras causas que ocultavam a tortura nos laudos eram a dissimulação de atropelamentos, acidentes automobilísticos ou que tinham sido mortos em tiroteios com a polícia, jamais eram reveladas as torturas.
Muitos legistas chegavam a apresentar laudos de torturados mortos como se desfrutassem da mais perfeita saúde. Quando não se podia ocultar as evidências da tortura, muitos cadáveres eram enterrados como anônimos, sem que os familiares jamais soubessem o que aconteceu aos corpos dos seus mortos. As valas clandestinas dos mortos da ditadura ocultavam dos familiares a marca das torturas neles praticadas. Entre os médicos legistas que assinaram laudos falsos para encobrir a tortura, tornaram-se notórios Harry Shibata, Isaac Abramovitch e Paulo Augusto Queiroz Rocha.
Mas nem sempre os falsos laudos conseguiram esconder a tortura. Em novembro de 1969, Chael Charles Schreier, militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), foi preso, torturado e morto. O seu corpo foi enviado para um hospital, portanto ele já estava morto quando lá deu entrada. No relatório do exército, foi dito que Chael Charles Schreier ao ser preso com dois outros companheiros, reagira violentamente com disparos de revólver. Na troca de tiros, os três terroristas saíram feridos, sendo Chael o que estava em estado mais grave, sendo medicado no hospital, entretanto Chael sofreu um ataque cardíaco, vindo a falecer. O que os militares não sabiam é que Chael era judeu, e que para ser sepultado nas tradições da sua família, era realizado o ritual da lavagem do corpo. Durante o ritual, constatou-se que Chael não tinha morrido por um ataque cardíaco, muito menos por ferimentos de balas, mas sim por tortura. O caso veio à tona, tornando-se matéria da revista “Veja” em dezembro daquele ano, a revista trazia na capa o título “Tortura”. Esta exposição constrangeu profundamente o governo do presidente Médici, apesar da reportagem da “Veja” isentá-lo da culpa da tortura e da morte de Chael, responsabilizando os que cercavam o presidente, sem citar nomes ou culpados.
Outro laudo falso, assinado por Harry Shibata, foi o que dizia que a causa da morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida nos porões da ditadura, em 1975, tinha sido suicídio. Desmascarada a farsa, o assassínio de Herzog por tortura teve grande repercussão, fazendo com que o então presidente, general Ernesto Geisel, admitisse que havia tortura nos porões da ditadura, iniciando um processo para desmantelar a máquina científica da institucionalização de tão vergonhosa e sanguinária prática. Também o caso da morte do operário Manoel Fiel Filho alcançou repercussão nacional, provando que a ditadura torturava e matava os seus opositores.

Conseqüências da Tortura no Brasil do Regime Militar

A tortura na ditadura militar tornou-se um instrumento fundamental para assegurar, através do medo e da repressão, a ideologia da caserna, amparada pela Guerra Fria e justificada pelos militares como necessária numa época de perigo à segurança nacional, ameaçada por terroristas comunistas.
Durante o período da ditadura militar, o povo brasileiro foi excluído do direito de participar da vida nacional. Através da força bruta, refletida na tortura, criou-se o medo na população, que por algumas décadas inibiu-se até mesmo dos direitos civis e de consumidor, formando um pacifismo involuntário que se tornou uma característica manipulada do brasileiro.




monique maria patricia mayara jaqueline

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Visita ao Memorial da Resistência (antigo DOPS)

Da década de 60 até meados da década de 70, foi criado o DOPS “Departamento de Ordem Política e Social”.  Foi feito por militares, com a intenção de vigiar e controlar comunistas e manifestações políticas.
O DOPS tinha como função perseguir os comunistas, e prende-los. Na maioria das vezes as pessoas que eram presas não tinha nenhum tipo de envolvimento com o comunismo. Eram presos por serem parentes de pessoas que faziam parte de algum movimento, por expressarem suas opiniões sobre a política.
Agora imagine só como seria viver em uma época em que você não poderia se quer expressar seus pensamentos, falar o que pensa? Em uma época em que você deveria seguir um regime severo, ou seria preso e torturado? É, séria bem complicado viver no tempo na Ditadura Militar. Pessoas eram presas ás vezes nem sabiam porque, e quando eram presas sofriam o pior tratamento que uma pessoa poderia receber... Eram torturadas fisicamente e psicologicamente.  Tinham seus filhos e parentes muito próximos sequestrados, ou então eram torturados até falar oque os militares acreditavam que eles sabiam  ou até mesmo até a morte.
Veja a baixo imagens da nossa visita ao Memorial da Resistência :



Área de banho de Sol: Onde os presos iam uma vez por semana, por uma hora. Era a única chance de ter um contato mais próximo com a "natureza". Durante esse o banho de Sol , os presos não podiam ficar por muito tempo parados em frente a grade de outras celas, pois havia sempre um militar em cima das grades os monitorando.

Maquete do DOPS: Reproduz como funcionava o departamento.

Celas: Eram quartos pequenos onde os presos ficavam. Chegavam ocupar cada cela cerca de 60 presos, ou seja elas eram super lotadas. Nas paredes ficaram marcas de pessoas que por ali passaram. Para dormir os presos espalhavam os colchonetes pela cela e dormiam sempre bem juntos um aos outros.

*Laryssa Lima, Letícia Ferreira e Ricardo Lopes 8ª A*


domingo, 21 de outubro de 2012

memorial da resistencia



memorial3.jpg


foi uma sensação difícil de traduzir. Não há como percorrer aquelas salas sem sentir  horror .Na primeira cela é possível verificar o processo de implantação do Memorial. 





O corredor leva à segunda sala, que homenageia os presos desaparecidos e mortos pelo DOPS/SP. A terceira cela reconstitui o dia-a-dia dos presos. Colchões finos no chão, pia imunda, uma toalha suja estendida num varal improvisado recriam o cotidiano na prisão. 


Nas paredes, há ainda inscrições refeitas com objetos cortantes e baseadas nas memórias de ex-detentos, que marcam nomes de quem foi preso ali e frases de desespero .


 Na quarta e última cela, o ambiente é todo escuro, apenas com um foco de luz sob um caixote com um cravo vermelho numa garrafa plástica. Na cela  o visitante tem a possibilidade de ouvir depoimentos e relatos de ex-detentos que passaram pelo local.




monique jaqueline mayara e patricia

Memorial da Resistência (DOPS)


Quem nunca teve medo de ser julgado pelo que pensava? Agora, alguém já pensou que poderia ser torturado por apenas expressar o que pensava? Se não, agradeça a Deus por nunca ter tido que pensar nisso. Se sim, você deve saber do que eu estou falando: a Ditadura Militar.



De 1964 a 1985, a última coisa que você iria querer fazer é se expressar: se você falasse sobre política ou sobre como os militares eram severos, poderia ser a última vez que você veria a liberdade: assim que a polícia descobrisse, você seria capturado.



E dava pra eles fazerem isso com qualquer um, sem terem certeza de nada: se achassem que você era comunista, que alguém da sua família era comunista, que você fazia parte de algum movimento revolucionário, que alguém na sua família fazia, se você fizesse algo suspeito… não importava: você era preso (como vimos na dinâmica em grupo).




Há alguns dias, nós visitamos o Memorial da Resistência  um prédio em São Paulo que antigamente, servia como local de confinamento e tortura. Apenas as celas originais ainda estão lá, no andar térreo – as torturas aconteciam nos andares de cima, mas hoje não existe mais nenhum dos instrumentos no local.



Mesmo assim, é um ótimo lugar para você ir com a sua escola: você entrará nos lugares onde centenas de pessoas ficaram encarceradas, terá a chance de descobrir os motivos absurdos pelos quais elas estavam lá, e ainda poderá ouvir seus depoimentos em uma das celas, além de poder vivenciar como a vida naquele lugar era dura: celas do tamanho de um quarto nas quais ficava mais de quarenta pessoas, torturas físicas e psicológicas quase todos os dias, alimentação precária, banhos de sol apenas uma vez por semana para cada uma das quatro celas – muitos nem chegaram a sair para ele.



No interior de uma das celas, podem-se ver dezenas de nomes de pessoas de ficaram encarceradas lá, todos escritos por pessoas que sobreviveram e se lembravam de seus companheiros. Entre eles, estão Stuart Angel e Monteiro Lobato.



Você se comove ao ver e ouvir como era a vida de quem passou por lá, vendo seus nomes, ouvindo suas dores, tendo esperança em seus depoimentos de força. Que atire a primeira pedra quem nunca teve medo de ser julgado por cauda do que pensa: eu quase chorei me lembrando deles.



(Giovanna, Sarah, Carla, Karolyne, Ruth e Victória 8ª A)